Durante a reunião trimestral da Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios (CTMHF), nesta segunda-feira (17), para a apresentação de diagnósticos criminais sobre a dinâmica dos homicídios e feminicídios no Distrito Federal, o tema principal foi a importância da denúncia. O encontro reuniu representantes das forças de segurança, Defensoria Pública, Secretaria da Mulher, Tribunal de Justiça, Ministério da Justiça e Segurança Pública e Ministério Público, reforçando a importância da integração entre instituições na formulação de estratégias de enfrentamento à violência.
“A denúncia do crime é essencial para o início da mudança”, enfatizou o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar. “A transparência dos dados não apenas contribui para a construção de estratégias de segurança mais eficazes, mas também fortalece a confiança da população nas instituições e incentiva a denúncia de casos de violência. Para alcançar resultados efetivos, é essencial que as ações sejam integradas e os dados divulgados de maneira confiável e atualizada”, finalizou Avelar.
Durante a reunião, foram apresentados estudos que comprovam a efetividade de medidas preventivas baseadas em dados | Foto: Divulgação/SSP-DF
Como parte das discussões, o especialista em segurança pública Alberto Kopittke, autor do Manual de Segurança Pública Baseada em Evidências, ministrou palestra destacando a relevância da coleta e análise de dados para políticas mais eficazes. “A implementação de formulários de risco nos registros de ocorrência é fundamental. Inicialmente, o número de registros pode aumentar, mas isso é um sinal positivo, pois indica que mais vítimas estão buscando ajuda”, afirmou Kopittke.
Dados orientam estratégias preventivas
Durante a reunião, foram apresentados estudos que comprovam a efetividade de medidas preventivas baseadas em dados. Segundo pesquisas, a simples presença fixa de um policial por 15 minutos em determinado local pode reduzir a criminalidade naquela região por até uma hora e meia. “Além disso, a participação popular por meio dos Conselhos Comunitários de Segurança já é uma realidade consolidada no DF, demonstrando que estamos no caminho certo”, ressaltou o secretário executivo da SSP-DF, Alexandre Patury.
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O papel da CTMHF é aprimorar o fluxo de trabalho do Sistema de Segurança Pública para monitoramento e combate aos homicídios e feminicídios. A denúncia de crimes desempenha um papel crucial nesse processo, pois permite a identificação de padrões criminais, a localização de áreas de maior risco e o melhor entendimento do perfil das vítimas e agressores. Essas informações são essenciais para que os órgãos de segurança desenvolvam ações preventivas mais precisas e aloquem recursos de forma eficiente.
“A utilização de tecnologias como Inteligência Artificial para otimizar a coleta e análise de dados em tempo real pode ser um diferencial na redução desses crimes”, destacou o coordenador da CTMHF, Marcelo Zago.
Criada para elaborar diagnósticos criminais detalhados, a Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios tem um papel estratégico na definição de políticas públicas voltadas para cada Região Administrativa do DF. Além de otimizar medidas repressivas, o órgão orienta ações preventivas por meio de estudos aprofundados sobre a criminalidade e vitimologia.
Os dados coletados são transformados em painéis e relatórios que ajudam a traçar um panorama detalhado dos feminicídios tentados e consumados no DF, permitindo a formulação de estratégias mais eficientes e economicamente viáveis. Diferentemente dos dados exclusivamente policiais, os estudos da CTMHF abrangem todo o Sistema de Justiça Criminal, desde a investigação inicial até o trânsito em julgado dos processos.
*Com informações da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF)