A execução do programa de redução da fila de cirurgias eletivas, no formato adotado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES) chamou a atenção do Ministério da Saúde (MS) e deverá ser expandido agora para o país.
Os técnicos do sistema de regulação do MS vieram a Goiânia conhecer o trabalho de identificação de pacientes de todos os municípios à espera de cirurgias eletivas, no Sistema Único de Saúde (SUS), para o Programa Nacional de Redução das Filas.
O governador Ronaldo Caiado destaca que esse é um reconhecimento da capacidade que o Estado demonstrou no atendimento e na resolução das filas por cirurgias eletivas.
“Aqui não se opera só na capital, mas também em várias regiões de Goiás. Emprestamos ao governo federal uma plataforma que cruza dados com os hospitais de todo os municípios goianos, com total transparência”.
“Acertamos uma cooperação para que Goiás se conecte à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), transmitindo os dados de sua fila e também compartilhando conosco instrumentos utilizados para identificação dos pacientes”, afirmou o diretor de Regulação Assistencial e Controle do MS, Carlos Amílcar.
Gestão reproduzida nacionalmente
O modelo de Goiás, que inclui a iniciativa privada e complementa valores para fortalecer os sistemas locais de saúde, será reproduzido nacionalmente para ajudar a organizar as filas no país e, ao trazer à tona todo o cenário, possibilitar uma melhor programação das próximas etapas do projeto, conforme salientou a equipe do MS ao secretário Sérgio Vencio.
A iniciativa de primeiro identificar a real fila de espera foi elogiada pela equipe do governo federal. Carlos Amílcar lembrou que, após a divulgação dos dados apresentados por Goiás ao Programa Nacional de Redução de Cirurgias, foi publicada uma notícia em mídia nacional de que o estado teria a maior fila do país.
“Isso não é verdade. Goiás tem uma fila totalmente organizada e identificada, e a razão dela parecer maior é porque os outros estados não conseguiram identificar as filas na sua totalidade”, retificou.
Goiás definiu o número de pacientes que aguardam por cirurgias eletivas em um trabalho em parceria com os municípios, por meio do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems). Com o uso do sistema REGNET Filas, desenvolvido pela SES, foi possível a identificação dos 125 mil pacientes distribuídos nos 246 municípios goianos de forma simples e eficiente.
“A tecnologia é totalmente acessível à maioria dos municípios brasileiros, que não possuem acessos a sistemas informatizados e têm muita dificuldade de organizar suas filas” elogiou o diretor de regulação do MS.
Pela própria facilidade implementada pela ferramenta, em menos de 30 dias, caso não haja imprevistos, os dados de Goiás já estarão integrados na base nacional.
“A unificação das regulações estaduais com a União é um desafio. Estamos construindo soluções para apoiar esse processo, mas, em Goiás, o esforço já foi feito”, ressalta João Marcelo, coordenador-geral de Regulação Assistencial do MS.
Repasse de recursos próprios
Outro ponto destacado foi o fato de Goiás ser um dos poucos estados a não reter recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para as cirurgias eletivas para utilizá-los em suas unidades próprias, que já possuem um orçamento projetado.
Pelo contrário, Goiás ainda repassou mais R$ 20 milhões de recursos próprios ao programa. “Isso demonstra claramente o esforço que a SES e o Estado fazem para ampliar o acesso aos municípios”, entende Amílcar.
“O Governador Ronaldo Caiado ao desenvolver a regionalização da saúde estadual, entende que a saída para uma saúde pública de qualidade é também fortalecer os municípios”, reforçou o secretário Sérgio Vencio.
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