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Mais 90 mortos em Gaza durante a Páscoa dos judeus. Quem liga?

O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu voltou a repetir ontem que Israel “não tem escolha” a não ser continuar lutando na Faixa de Gaza até destruir por completo o grupo Hamas, e libertar os reféns que ainda estão em poder dele.

Em 15 de janeiro último, a BBC News informou que dentre as 251 pessoas feitas reféns em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu Israel, 94 ainda estariam em Gaza, das quais 60 vivas e 34 mortas. Outras quatro são reféns desde 2014 e 2015.

O Hamas entregou a Israel seis reféns no sábado 22 de fevereiro, depois de um acordo de cessar-fogo mediado pelo governo dos Estados Unidos.  Mas ao governo de extrema-direita de Israel não interessou renovar o acordo. A guerra foi retomada em seguida.

Nas últimas 48 horas, ataques israelenses mataram mais de 90 palestinos em diversos pontos de Gaza. E Netanyahu resiste em casa às pressões das famílias dos reféns, de reservistas e soldados aposentados que simplesmente cobram o fim da guerra.

Pelo menos 11 pessoas morreram na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, várias delas em uma tenda onde centenas de milhares de deslocados estão hospedados. Israel designou a região como zona humanitária, a salvo de tiros e bombardeios. Pois sim…

Os enlutados embalaram e beijaram os rostos dos mortos. Um homem acariciou a testa de uma criança com o dedo antes que os sacos mortuários fossem fechados. “Omar se foi… Quem me dera que fosse eu”, gritou em desespero um irmão de Omar.

Outras quatro pessoas foram mortas em ataques na cidade de Rafah, incluindo uma mãe e sua filha, segundo médicos de um hospital europeu para onde os corpos foram levados. No centro da cidade de Gaza, um ataque aéreo israelense matou uma pessoa.

Em um comunicado, o Exército israelense disse ter matado mais de 40 militantes do Hamas no fim de semana. Quem pode conferir se foram militantes ou inocentes, a maioria mulheres e crianças? Israel não deixa que a imprensa entre nas áreas de combate.

Não só a imprensa. Israel nas últimas seis semanas bloqueou Gaza para impedir a entrada de alimentos, remédios e bens em geral. Não se trata mais de uma guerra entre o maior Exército do Oriente Médio e alguns milhares de homens armados pelo Hamas.

É o holocausto dos palestinos, a solução final para eles, assistido com indiferença pelo mundo ocupado com os efeitos do tarifaço de Donald Trump. Israel promete intensificar os ataques na Faixa de Gaza e ocupar “zonas de segurança” de forma definitiva.

Foi para o brejo o sonho dos palestinos de disporem de um país para chamar de seu.

 

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