O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a reforçar, nesta segunda-feira (6/1), a importância do prêmio de melhor atriz de drama concedido à atriz Fernanda Torres no Globo de Ouro 2025. O presidente também se referiu à ditadura militar como um “passado de horrores”. O reconhecimento foi pelo papel de Eunice Paiva que ela vive no filme “Ainda Estou Aqui”, do diretor Walter Salles.
Lula usou o X (antigo Twitter) para voltar ao assunto. O presidente já havia parabenizado Fernanda Torres na madrugada desta segunda. Na mensagem do início desta noite ele disse ser “impossível não continuar falando do grande feito” da atriz. No entanto, desta vez ele reforçou a importância da arte das grandes telas para o Brasil, inclusive no contexto da preservação da história nacional.
“O cinema e a cultura são ferramentas poderosas para manter vivas as histórias que moldam quem somos, transformando memória em aprendizado e arte em resistência”, disse.
Na continuação do texto, o presidente ainda lembrou que a história contada no filme se passa no período da ditadura militar, classificado por Lula como “um passado de horrores”.
“O filme reflete sobre um passado de horrores que precisa ser lembrado, para que as novas gerações conheçam e as antigas nunca se esqueçam”, escreveu na mensagem.
Lula disse que o reconhecimento ao trabalho da atriz também é uma maneira de o mundo enxergar a a importância de o país contar as próprias histórias, “não tolerando autoritarismos nem a violência”.
Por fim, no texto ele lembra a importância de Eunice Paiva para a democracia brasileira. “Que a força e a resiliência de Eunice Paiva (personagem de Fernanda Torres), contadas neste grande filme, criem pontes e aproximem as novas gerações desse debate tão importante para a preservação da nossa jovem democracia. Precisamos estar sempre vigilantes e prontos para defendê-la.”
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Christopher Polk/GG2025/Penske Media via Getty Images
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Também no início desta noite, os ministérios das Relações Exteriores e da Cultura emitiram uma nota conjunta parabenizando Fernanda Torres. O texto destaca a importância do reconhecimento à atriz como um propulsor da produção cultural do Brasil.
“Esta premiação contribui para maior divulgação do cinema nacional no exterior, tal como foi o caso com a concessão da Palma de Ouro ao filme ‘O Pagador de Promessas’, no Festival de Cannes de 1962, e do Globo de Ouro ao filme ‘Central do Brasil’, em 1999”, diz trecho do comunicado.
Cerimônia
A entrega do prêmio a Fernanda Torres foi feita na madrugada (horário do Brasil) desta segunda (6/1) durante em Los Angeles, nos Estados Unidos. “Ainda estou aqui” narra o drama familiar após o desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva, esposo de Eunice, personagem da atriz brasileira.
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Paiva desapareceu após ser retirado de casa por agentes da ditadura militar quando estava em casa. O corpo nunca foi encontrado, mas o Estado brasileiro reconheceu, em 1996, a morte do político.