Em alusão ao tema Novembro Azul, campanha dedicada à conscientização sobre a saúde do homem com destaque para a prevenção e o diagnóstico precoce de câncer de próstata, a Secretaria de Economia do Distrito Federal (Seec-DF) realizou nesta terça-feira (19) uma live no seu canal do YouTube. A médica do trabalho e subsecretária de Segurança e Saúde do Trabalho, Luiza Barreiros, conduziu a entrevista com o urologista, médico do trabalho e gerente de Promoção à Saúde dos Servidor (Subsaúde), Alberto Braga.
“Novembro Azul é mais do que um mês de conscientização; é um convite para que os homens assumam o protagonismo sobre a própria saúde”, disse Luiza. “Cuidar de si mesmo é um ato de coragem e responsabilidade”, afirmou ela. “Façam não apenas por vocês, mas por aqueles que os amam.”
O câncer de próstata é um assunto tabu entre homens. Pesquisa nacional da Sociedade Brasileira de Urologia com 1,5 mil homens mostra que 60% deles têm receio de contrair um câncer, incluindo o de próstata. “Essa conversa aqui hoje é importante por abordar esse assunto e abrir espaço para apresentar esclarecimentos sobre as causas e sintomas desta doença”, afirmou Alberto Braga.
O segundo maior temor por parte dos homens, segundo a pesquisa, é a impotência sexual. Pelo menos 10% dos entrevistados dizem não saber o que era a próstata, nem onde ela se localizava no corpo humano. “A próstata é uma glândula que faz parte do aparelho reprodutor masculino responsável pela produção do líquido que vai dar condições para os espermatozoides realizarem a fecundação”, explicou Braga.
Eficácia da prevenção
“O conhecimento pode salvar vidas. Se diagnosticada na fase inicial, a doença tem 100% chance de cura”
Alberto Braga, urologista
Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de próstata deve acometer de 10% a 16% da população masculina nos próximos anos. A partir dos 50 anos é indicado que o homem procure um urologista para realizar o exame preventivo. Se tiver histórico familiar ou se for da raça negra, deve iniciar os cuidados aos 45 anos.
“O conhecimento pode salvar vidas. Se diagnosticada na fase inicial, a doença tem 100% chance de cura. Por isso a importância do diagnóstico precoce para ter resultados satisfatórios em relação à cura do câncer”, explica Braga.
A desinformação e o preconceito são os maiores obstáculos à doença, segundo o especialista. “Muitos homens têm vergonha de falar que fizeram o exame de próstata. Além do mito de que é doloroso. Em função deste tabu, grande parte não procura voluntariamente um especialista”, esclarece ele. “Este movimento de incentivar a consulta normalmente parte das companheiras e filhas.”
Diagnóstico
Segundo Braga, grande parte das cidades brasileiras não possui aparelhagem necessária para realizar a checagem da doença. “O básico para realizar o exame é o toque retal e a dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico). Estes dois testes são fundamentais e se complementam para determinar a suspeita do câncer”, explicou ele.
“Na fase inicial, o indivíduo não apresenta nenhum sintoma, o que torna esta doença silenciosa e perigosa”, advertiu Braga. “Na maioria dos casos, quando os sintomas aparecem, a doença já está em estágio avançado.”
Hipertrofia, sangue na urina, alteração na micção e dores musculares são alguns sintomas que se apresentam quando a doença já está presente em outras partes do corpo
Hipertrofia, sangue na urina, alteração na micção e dores musculares são alguns sintomas que se apresentam quando a doença já está presente em outras partes do corpo, a chamada metástase. “Estes sintomas nem sempre são específicos do câncer, mas vão criar um alerta para que sejam feitos exames mais abrangentes”, esclarece ele.
Tratamento
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O tratamento do câncer de próstata vai depender do estágio da doença. “Se estiver na fase inicial e localizado, a indicação é cirurgia ou radioterapia, com grandes chances de cura”, pontuou Braga. “A cirurgia vai mostrar se a doença está na fase inicial ou não. Depois da extração, será verificado se as margens cirúrgicas estão livres do tumor”, completou.
A cura total só é possível confirmar após 10 anos da data da cirurgia. Neste período o paciente deve manter acompanhamento médico regular e consultas frequentes ao especialista. “Hábitos saudáveis, exercícios físicos regulares e boa alimentação continuam sendo a melhor prevenção para qualquer doença”, finalizou Braga.
*Com informações da Seec-DF