O Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) realizou a segunda captação de órgãos. Familiares, de uma mulher de 66 anos que estava internada e teve morte encefálica, autorizaram a doação dos rins. Dois pacientes que aguardam transplante serão beneficiados e terão uma nova chance de cura.
A doadora chegou a ficar internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido a mordedura de uma serpente, mas teve um agravamento do quadro. Assim, o protocolo de morte encefálica foi aberto. Após a constatação, foi realizado o acolhimento da família que aceitou a doação.
Todo o processo contou com o apoio da equipe de médicos e profissionais da Central Estadual de Transplantes (CET), da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
“Esse é um marco histórico para a unidade. É a segunda captação de órgão no HDT”, pontua o diretor-executivo do hospital, Antônio Jorge. A primeira foi de uma córnea, em 2017.
Captação de órgãos
Segundo a gerente de transplantes da SES, Katiuscia Christiane Freitas, as unidades de saúde estão preparadas para acolher as famílias, pois a doação de órgãos é um gesto de solidariedade que vai transformar a vida de pessoas que estão na fila de transplantes.
“É necessário um trabalho contínuo para conseguir o consentimento familiar. E a cada sim que recebemos é uma vitória. Há uma mobilização de vários profissionais de saúde para fazer acontecer”, esclarece.
A coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do HDT, Magda Cristina Tolentino Chaves, ressalta a importância da autorização dos familiares para que a doação ocorra.
“A doação não ajuda apenas o paciente que recebe o órgão, mas toda sua família. A doação muda a vida de várias pessoas e sem o sim da família, nada disso é possível”, destacou.
Espera e fila
O Brasil tem hoje 65.912 pessoas aguardando na fila de espera por um transplante de órgão. O número cresce a cada dia e é um dos maiores dos últimos 25 anos.
A maioria, 36.964, espera por um rim. Em segundo lugar, vem a espera por doação de córneas. Vale ressaltar que um único doador pode beneficiar até oito pessoas com o transplante de órgãos e tecidos.
Dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) mostram que no ano passado o Brasil realizou mais de 22 mil transplantes. Já em 2021, foram mais 23,5 mil procedimentos.
Em Goiás, a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgão e Tecidos de Goiás (CNCDO – GO) é formada por uma equipe multiprofissional da SES, subordinada ao Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde (MS), que coordena e fiscaliza todas as ações de transplantes no Estado.
Cabe a ela o gerenciamento dos pacientes inscritos por seus médicos à espera de um órgão ou tecido, acompanhamento de potenciais doadores, armazenamento dos dados de todos os doadores e receptores e distribuição dos órgãos/tecidos para os respectivos transplantes.
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