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Dólar bate R$ 5,76, maior valor em mais de 3 anos, após fala de Haddad

O dólar encerrou esta terça-feira (29/10) em alta de 0,92%, alcançando R$ 5,76, o nível mais alto desde março de 2021. Mesmo com a divulgação de novos indicadores econômicos, os investidores mantiveram-se cautelosos, aguardando um possível anúncio de corte de gastos pelo governo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que terá uma série de reuniões com o presidente Lula ao longo da semana, mas esclareceu que ainda não há previsão para apresentar o novo pacote fiscal com cortes nas despesas públicas. Disse, inclusive, que não há data sobre eventuais medidas para corte de gastos, o que deixou investidores desconfiados, e afirmou desconhecer projeções, publicadas nas últimas semanas por veículos de comunicação, de que os cortes ficariam entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões. “Não sei de onde saíram”, disse o ministro.

Nas últimas semanas, Haddad vinha sinalizando que a equipe econômica poderia introduzir novas medidas estruturais para conter os gastos públicos após as eleições municipais. Essa expectativa no mercado levou à antecipação de um pacote fiscal que poderia reduzir até R$ 60 bilhões em despesas, o que contribuiria para fortalecer a “credibilidade” fiscal do governo.

Balança comercial frustra mercado

O Ibovespa recuou 0,37%, aos 130.730 pontos e o volume financeiro ficou bastante reduzido durante a sessão e chegou a R$ 12,7 bilhões. Já na B3, o montante chegou a R$ 17,1 bilhões.

Dados da balança comercial brasileira frustraram as expectativas do mercado. Com o resultado de setembro, em 12 meses, o déficit em transações correntes do país acumula um valor equivalente a 2,07% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo mês de 2023, houve superávit de 268 milhões de dólares. Em setembro, a balança comercial teve superávit de US$ 4,81, uma queda em relação aos US$ 8,48 bilhões registrados no mesmo mês de 2023.

Levantamento semanal que analisa projeções do mercado financeiro para a economia brasileira indica que a taxa básica de juros, a Selic, tem alta probabilidade (85,2%) de ser elevada para 11,25% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), marcada para 5 e 6 de novembro. Os dados estão presentes no Índice Equus de Precificação da Selic (Ieps), da Equus Capital, ao qual o Metrópoles teve acesso.

O mercado vem sentindo a pressão das eleições americanas, muito dividida em relação a democrata Kamala Harris e republicano Donald Trump. Tudo indica que a eleição deve ser decidida voto a voto e, atualmente, aponta para um cenário indefinido.

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