O Dia Internacional da Visibilidade Trans é comemorado nesta segunda-feira (31/3). Trata-se de uma das letras da sigla LGBTQIAPN+, que engloba pessoas que não se identificam com o gênero que lhe foi atribuído ao nascimento. São eles: travestis, transgêneros e transexuais.
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A luta por igualdade e dignidade continua longe do fim, uma vez que o Brasil segue, há 17 anos, como o país que mais mata pessoas trans em todo o mundo. Uma das principais batalhas para reverter esse quadro é o acesso à informação — nesse contexto, as redes sociais exercem um papel fundamental.
Uma das pessoas que se destaca nesse campo é a tiktoker Juvi Chagas, não binária, que se identifica como ela/elu. “Ter um dia para a visibilidade trans passa a ser um símbolo midiático importante para que nossas vidas sejam lembradas em veículos de massa; e fomenta os holofotes públicos para algo que devia ser permanente em nossas pautas”, comenta.
A influencer destaca, no entanto, que precisar ter um dia para a visibilidade diz mais sobre a invisibilidade nos demais dias, e mostra como a transfobia ainda é real. “Seja na ausência de pessoas trans em papéis de protagonismo em cargos políticos, seja no mercado de trabalho ou como pessoas que desfrutam de uma segurança pública.”
Vivência on-line
Juvi se entendeu e viveu sua transição social nas redes sociais durante a pandemia de Covid-19. “O lockdown fez com que o processo de introspecção e casulo proporcionasse um lugar seguro para muitas pessoas se entenderem trans e revelarem isso para o mundo, já que a realidade presencial é violenta”, aponta.
“O TikTok, por exemplo, foi um refúgio criativo e de expressão para pessoas trans e não-binárias falarem sobre suas vivências, transição e produzir conteúdo sendo elas com o que tem de melhor. Foi um processo com seus desafios de hate, mas também de acolhimento da comunidade para a comunidade”, defende a influencer.
Juvi salienta, ainda, que a presença on-line facilitou o trato com as pessoas do seu convívio. “Foi ali que comuniquei sobre ser uma pessoa não binária, e que isso me tornava uma pessoa trans. Foi nas redes sociais que mudei meu nome e as pessoas aprenderam a me tratar pelos pronomes ela/elu. Conhecer e conviver, digitalmente, fez com que o entendimento fosse facilitado para quem me acompanhava em um processo gradativo.”