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Tiros e bombas: Brasiliense denuncia violência da PMDF em jogo do Candangão

O Brasiliense protocolou nesta segunda-feira (31/3) uma denúncia contra a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) durante o clássico contra o Gama, na última quarta-feira (26/3), no estádio Serejão.

Em ofício enviado ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; à vice-governadora, Celina Leão; à Secretaria de Segurança Pública; e ao comando da PMDF, o clube denunciou abuso de poder por parte da corporação.

Na ocasião, PMDF agiu de forma truculenta contra torcedores que estavam na arquibancada. Mesmo sem qualquer ato de violência protagonizado por quem assistia à partida, PMs utilizaram bombas de efeito moral, efetuaram pelo menos 30 tiros de balas de borracha, e jogaram gás lacrimogêneo contra crianças, mulheres e idosos.

Confira as imagens do ocorrido:

 

Conforme demonstram imagens e reforçado pelo Brasiliense na nota, havia a presença “ostensiva e desproporcional de policiais militares”, indicando uma “atuação exagerada da corporação, incluindo a presença de PMs no interior do vestiário do time adversário, o que sugere exercício irregular de atividade privada de segurança”.

Vídeos aos quais o Metrópoles teve acesso mostram o desespero de torcedores no estádio. Em uma das cenas mais chocantes, uma criança chora e implora à PMDF: “Não atira, não atira”. Depois, em tom desespero, pergunta no meio da confusão protagonizada pelos militares: “Cadê meu pai”?. Na sequência, bombas são atiradas na arquibancada.

Em outro momento, é possível ver um homem no chão após ser atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo.

Confira a nota do Brasiliense:

“O Brasiliense Futebol Clube protocolou nesta segunda-feira, 31/03, uma denúncia aos órgãos competentes pelos reiterados e inaceitáveis abusos de autoridade por parte da Polícia Militar do Distrito Federal, em jogo realizado no dia 26/03 no Estádio Elmo Serejo Farias entre Brasiliense e Gama, pelo Candangão 2025.

No evento, mesmo não havendo risco de conflito pela limitação do comparecimento de torcida única, a presença ostensiva e desproporcional de policiais militares já indicava uma atuação exagerada da corporação, incluindo a presença de policiais militares no interior do vestiário do time adversário, o que sugere exercício irregular de atividade privada de segurança.

A confusão ocorrida apenas dentro do campo de jogo, entre jogadores e comissões técnicas adversárias, poderia ter sido contida, como efetivamente foi, pelos oficiais de arbitragem da partida com suporte das forças de segurança. No entanto, a PMDF adentrou o campo de jogo, algo que não ocorreu em nenhuma outra partida do campeonato, e concomitantemente voltou-se contra as arquibancadas, sem que tenha ocorrido nenhum ato que justificasse tal medida. Foram lançadas bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo, e tiros de bala de borracha em torcedores inocentes incluindo mulheres, crianças, e idosos, com mais de 30 tiros disparados, sem que houvesse qualquer ameaça concreta.

O Brasiliense Futebol clube aguarda posicionamento e a adoção de providências cabíveis tanto dos órgãos responsáveis pela segurança pública, quanto da Federação de Futebol do Distrito Federal, e pede que seja garantido à população o direito de frequentar eventos públicos com segurança e dignidade, sem ser submetida a terror, agressão ou constrangimentos indevidos por parte daqueles que devem zelar pela ordem”.

Procurada, a PMDF não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.

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