Os rebeldes contrários ao governo de Bashar al-Assad avançaram, neste sábado (7/12), sobre Damasco, capital da Síria. A ofensiva é o mais recente marco do conflito contra o regime, que domina o país há pelo menos 24 anos.
Os jihadistas anunciaram a invasão à capital Damasco pelas redes sociais. Informações preliminares indicam que os grupos rebeldes anunciaram a liberação de prisioneiros da prisão de Sednaya, conhecida por práticas de tortura, segundo a Anistia Internacional.
Informações do The Guardian, jornal britânico, indicam que um tiroteio intenso assola a capital síria. O avanço das tropas rebeldes mostram uma fragilidade no comando das forças de segurança por parte do governo de Assad.
A chegada à capital aconteceu por meio de combatentes ligados ao movimento Hayat Tahrir al-Sham (HTS) nos subúrbios de Damasco.
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O chefe de assistência da Organização das Nações Unidas (ONU), Tom Fletcher, disse que a organização intergovernamental monitora a situação “com preocupação”.
“Todos os lados devem garantir que os civis sejam protegidos, possam se movimentar livremente e que o acesso seja facilitado para aqueles que precisam de apoio humanitário, onde quer que estejam”, escreveu Fletcher, em uma publicação na rede social X.
Com o avanço pelo país, os rebeldes informaram que não irão atacar escritórios da ONU e as organizações internacionais na Síria.
“Afirmamos que todas as instituições governamentais, organizações internacionais e escritórios da ONU que operam no nosso território são instituições a serviço do povo e temos o dever de protegê-los e preservá-los”, indicou um grupo rebelde ligado a coligação islâmica Hayat Tahrir al-Sham (HTS).
Pedido por cessar-fogo
Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu o fim dos conflitos armados na Síria e reforçou a necessidade de proteger os civis da região.
“Estamos vendo os frutos amargos de um fracasso coletivo crônico de acordos de desescalada anteriores para produzir um cessar-fogo nacional genuíno ou um processo político sério para implementar as resoluções do Conselho de Segurança”, disse Guterres.
Segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, 90% da população da Síria vive abaixo da linha de pobreza. Ainda de acordo com o órgão, mais de 15 milhões de indivíduos precisam de ajuda humanitária.