Instigar a imaginação, a curiosidade e, acima de tudo, o gosto pela leitura é o principal objetivo do projeto Bebê que Lê, promovido pela Biblioteca Escolar Comunitária Professora Tatiana Eliza Nogueira, na SQS 108/308. As oficinas ocorrem desde 2023, às terças e quintas-feiras, com participação de 30 crianças de 4 meses a 2 anos, divididas em três turminhas. Não há vagas abertas no momento, mas os interessados podem se inscrever na lista de espera. O formulário está disponível no Instagram da biblioteca.
Ana Neila Torquato idealizou o projeto Bebê que Lê para incentivar a leitura desde a primeira infância | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília
“Aqui falamos sobre escritores, ilustradores, literatura, pensando em incentivar a leitura desde a primeira infância, mas também trazer a família para a biblioteca e instrumentalizar os pais a fazerem a mesma mediação em casa”, explica a idealizadora do projeto, Ana Neila Torquato, que também é professora e escritora de títulos infantis. “Com os encontros, o nosso número de leitores cresceu, já que os pais vêm para trazer as crianças e acabam pegando livros não só para os filhos, mas para eles mesmos.”
Em cerca de 30 minutos, duração média das atividades, as crianças são imersas em um mundo cheio de aventuras que só a leitura é capaz de proporcionar. “Começamos com músicas e brincadeiras relacionadas aos livros, que é o objeto central da mediação, e depois tem a socialização das crianças e dos pais ou responsáveis, com o manuseio dos livros e a escolha de quais vão levar para casa. A intenção é que a mediação de leitura continue em casa, já que não adianta que a criança tenha contato com os livros apenas uma vez por semana”, esclarece Torquato.
Camila Souto percebe impactos positivos do projeto nos filhos Mateus e Maria Teresa, como concentração e o interesse pela leitura em casa
Os encontros fazem parte da rotina da estatística Camila Souto, 36, há cerca de seis meses. Mãe de Maria Teresa, 2, e de Matheus, 1, ela comenta os benefícios que as atividades promovem para o desenvolvimento infantil: “Eles ficam muito concentrados na apresentação e já percebi mudanças em casa também. Nós levamos alguns livros toda semana e eles têm gostado de ler durante o dia e, principalmente, à noite”.
O pequeno Rafael, de 11 meses, foi recentemente contemplado com uma vaga no projeto. A mãe dele, a arquiteta Isadora Banducci, 35, conta que estava ansiosa pelos encontros. “A leitura tem que vir em primeiro lugar mesmo. Aqui temos um momento muito especial, em que a contadora consegue envolver as crianças e despertar o interesse na história com músicas e brincadeiras”, diz ela.
Reduto cultural
“A contadora consegue envolver as crianças e despertar o interesse na história com músicas e brincadeiras”, diz Isadora Banducci, mãe de Rafael, de 11 meses
Além do Bebê que Lê, a Biblioteca Escolar Comunitária Professora Tatiana Eliza Nogueira promove diversas atividades durante o ano. Em janeiro e fevereiro, ocorre o Férias na Biblioteca, com contação de histórias e outras atrações para a criançada. Em abril, ocorre a Semana do Livro Infantil, que neste ano vai homenagear o escritor Monteiro Lobato, com ações voltadas às crianças de até 2 anos. Esses dois eventos são abertos ao público.
O mês mais caipira do ano tem uma programação especial para os leitores: o Cordel Junino recebe escritores e músicos de Brasília para um dia inteiro dedicado à expressão cultural, com participação livre. Em maio e setembro, é a vez de a Piqueteca encher a área verde da unidade. Os visitantes levam o próprio lanche e participam de atividades culturais, como apresentações de mágica, de palhaçaria, entre outras.
As datas dos projetos são divulgadas no Instagram, conforme revela a articuladora do equipamento escolar, Diane Gregory Mee. Para ela, os eventos são uma forma de estreitar a relação com a comunidade e aumentar o número de empréstimos. “A leitura eleva o nível de escrita, independentemente da idade. Quando você lê, passa também a ser um bom escritor. E começando desde cedo, podemos despertar o amor das crianças pela leitura, que é o maior objetivo de qualquer biblioteca”, define.
“Começamos com músicas e brincadeiras relacionadas aos livros, que é o objeto central da mediação, e depois tem a socialização das crianças e dos pais ou responsáveis, com o manuseio dos livros e a escolha de quais vão levar para casa”, relata Ana Neila Torquato
Reservados para as escolas públicas, são promovidos o Hora do Conto, que ocorre ao longo do ano, e o Contos Assombrosos, previsto para agosto. Instituições interessadas devem procurar a biblioteca pelo Instagram, e-mail [email protected] ou pelos telefones (61) 3318-2627 e (61) 99331-9638 (Diane Mee).
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Para pegar livros emprestados, basta fazer o cadastro na unidade. É preciso apresentar um documento oficial com foto e um comprovante de residência. A associação é válida por um ano e é sugerida a contribuição anual de R$ 50, revertidos na compra de novas obras.
O prazo é de 15 dias, sendo possível pegar até três títulos por vez, com renovação por e-mail. O acervo conta com mais de 7 mil títulos, incluindo poesia, crônicas, ficção, literatura brasileira, portuguesa, francesa, italiana e muito mais.
O espaço funciona de segunda a quinta, das 8h às 22h, e às sextas, das 8h às 18h. A redução do horário ocorre devido à coordenação coletiva dos professores.