FALA SÉRIO DF

Novo golpe na praça: mais dinheiro para Bolsonaro pagar advogados

Logo depois do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral que o tornou inelegível até 2030, Bolsonaro pediu doações em dinheiro para pagar multas judiciais. Parte das multas, mais tarde, seria perdoada. Bolsonaro recebeu R$ 17,1 milhões em transferências via Pix entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho de 2023.

Agora, às vésperas de tornar-se réu no Supremo Tribunal Federal pelos crimes de tentativa violenta de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe, organização criminosa e danos ao patrimônio público, Bolsonaro volta a falar em doações, em Pix, desta vez para pagar advogados que cuidam de sua defesa.

Ontem à noite, em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, perguntado sobre a razão de não ter devolvido os R$ 17,1 milhões, Bolsonaro respondeu:

– Foram um milhão de pessoas que doaram para mim. Se eu não tivesse esse recurso, eu não teria como pagar advogados. Quase oito milhões já foram com advogados. Mais doações que o programa Criança Esperança.

E justificou:

– O pessoal gosta de mim. Não comprei nenhum imóvel, nenhuma bagunça, nada. Se eu pedir um Pix hoje, tenho certeza de que amanhã vai ter mais R$ 10 mil na minha conta. O povo gosta de mim.

Um capacete para motociclista, autografado por Bolsonaro, foi leiloado na semana passada por ele e seu filho Flávio, o Zero 1, em uma live. Valor do capacete na fase de pré-venda: R$ 589. Lance vencedor do leilão: R$ 36 mil.

Ao lado de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, Bolsonaro aproveitou a entrevista ao podcast para assegurar mais uma vez que será candidato a presidente no próximo ano:

– Tarcísio, eu não vou passar o bastão para ninguém. Já falei, eu só passo o bastão depois de morto.

O governador apressou-se em concordar com Bolsonaro:

– Não tem passagem de bastão nenhum. As pessoas interpretam errado a [nossa] proximidade e o apoio. A gente vai estar junto do presidente Bolsonaro independentemente de qualquer interesse. Vou estar com ele até debaixo d’água.

Parou por aí? Não. Tarcísio seguiu em frente, preocupado em agradar Bolsonaro e os bolsonaristas que possam não acreditar na sua lealdade:

– Eu não sou candidato, não quero nada disso, não tenho essa ambição e vou ser sempre leal e fiel ao presidente. Vou estar com ele até debaixo d’água. Não é justo tirar o Bolsonaro da disputa.

A justiça eleitoral já tirou Bolsonaro da disputa. O Supremo deverá condená-lo e tirar-lhe a liberdade para que não fuja e cumpra a pena. É o que deseja a maioria dos brasileiros com base em provas.

Todas as colunas do Blog do Noblat

LEIA TAMBÉM

Generated by Feedzy