Presa pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por submeter adolescentes e mulheres a sessões de tortura, Hayra Vitória Pereira Nunes, 22 anos, usava a religião como um disfarce para conquistar a confiança de pessoas em situação de vulnerabilidade, oferecendo promessas de emprego e acolhimento dentro de seu terreiro, no Gama. Uma vez dentro de sua casa, as vítimas passavam a viver sob total submissão.
As investigações apontam que a mulher cometia atos de extrema violência física e psicológica, bem como de exploração sexual. Uma adolescente ouvida pela coluna reatou que sofreu castigos físicos ordenados por Hayra, incluindo graves queimaduras nas mãos e na língua como forma de punição. O depoimento foi corroborado por imagens que demonstram a extensão das lesões sofridas.
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“Ela pegou uma concha com brasa e queimou a palma das minhas mãos, depois queimou o topo da minha cabeça. Foi totalmente horrível. Também queimou a minha língua e colocou pimenta em cada lugar machucado. Por fim, pegou uma cachaça e jogou na minha cabeça, o álcool foi escorrendo pelo rosto, pelo meu corpo. Naquele momento eu pensei que ela ia colocar fogo em mim. Depois, ela quebrou a garrafa, perfurou minhas mãos e cortou os meus braços”, disse a adolescente.
Uma outra mulher também demonstrou extremo temor de Hayra. Ela relatou ter sido lesionada no braço com um pedaço de pau e ameaçada, assim como sua família. A vítima também sofria castigos físicos, era queimada e punida com frequência.
A polícia também identificou evidências de que a mãe de santo explorava sexualmente as duas, coagindo-as a realizar programas sexuais e retendo os valores obtidos. Os policiais relataram que no terreiro havia uma edificação com uma luz vermelha sobre a porta, que supostamente era utilizada para a exploração sexual das vítimas. A prática também foi comprovada por extratos financeiros.
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
Delegado William Ricardo
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A investigação aponta para a existência de uma associação criminosa, com indícios de que a mulher agia em conjunto com outras pessoas para a prática dos crimes.