Homem-bomba que morreu ao se explodir na frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e causar outra explosão próxima ao Congresso Nacional, Francisco Wanderley Luiz recebeu R$ 4.650 no auxílio emergencial pago pelo governo durante a pandemia de Covid-19. O fato chama atenção porque a Polícia Federal tenta entender como o chaveiro, conhecido como Tiü França, conseguiu financiar os atentados nas imediações da Praça dos Três Poderes.
Foram 14 parcelas pagas pelo governo federal a Francisco Wanderley, que à época era cadastrado como beneficiário “extra CadÚnico”. As transferências ocorreram entre 2020 e 2021, desta forma: cinco pagamentos de R$ 600, dois de R$ 300 e outros sete de R$ 150. Ele foi microempreendor e tinha um mercado popular de autopeças, onde também realizava eventos, segundo o cadastro da empresa na Fazenda. Ainda durante a pandemia, Francisco se tornou alvo de ações penais por promover aglomerações.
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O homem alugou uma casa no Distrito Federal, na região da Ceilândia, próxima a Brasília, há pelo menos quatro meses. Além disso, alugou um trailer que levou às imediações do Congresso, com mais explosivos. Informações preliminares da Polícia Federal indicam que ele também tinha um detonador. Foram detectadas três bombas presas ao cinto de França.
Ainda na noite da quarta-feira, após as explosões, a casa em Ceilândia foi alvo de buscas pela Polícia Federal. Na ação, foram encontrados novos explosivos e coletados materiais que devem ajudar a elucidar o planejamento do crime e se o homem-bomba contou com algum tipo de ajuda para pôr em prática a empreitada.
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Deputado diz que homem-bomba era “de bem”, mas “emocionalmente abalado”
O deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) é amigo e ex-colega de partido de Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul (SC), em 2020. Em entrevista à coluna, ele disse que o autor do atentado a bomba em Brasília era considerado uma uma pessoa “de bem” na sua cidade natal.
“Era um grande amigo, pessoa querida, de bem. Foi empresário da minha área, de eventos. A família é do bem em Rio do Sul. Ano passado encontrei ele no meu gabinete, fiquei feliz em recebê-lo. Ficamos batendo papo, trocamos boas lembranças de Rio do Sul. Mas ele me pareceu um pouco abalado. Aparentemente, tinha problema de saúde mental, emocionalmente abalado. Comentou sobre a separação com a mulher dele… Nós não tínhamos tanta intimidade pra ele falar da forma como falou”, disse Goetten.