O Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, reforça a urgência da preservação desse recurso essencial. Em Goiás, o Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), investe aproximadamente R$ 34 milhões em três grandes projetos voltados à conservação dos ecossistemas aquáticos.
São eles o Araguaia Vivo 2030, o Centro de Excelência em Segurança Hídrica do Cerrado (Cehidra Cerrado) e a Rede HidroCerrado. A fundação também fomenta pesquisas sobre a qualidade da água nos lagos urbanos de Goiânia e os impactos da contaminação em rios estratégicos do Cerrado, garantindo a segurança hídrica da população.
Araguaia Vivo
O Araguaia Vivo 2030, com R$ 16 milhões em investimento, reúne mais de 200 pesquisadores e monitora a bacia hidrográfica do Araguaia, um dos maiores corredores ecológicos do mundo.
O projeto revelou uma redução significativa na vazão hídrica do rio entre 1980 e 2020 e identificou níveis alarmantes de mercúrio em 78 espécimes de peixes, incluindo piranhas e mandubés, com concentrações acima dos limites de segurança da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Sem a visão estratégica da Fapeg, não teríamos uma estrutura coordenada para enfrentar esses desafios de forma integrada”, destaca o vice-coordenador do programa, professor Ludgero Cardoso Galli Vieira.
Cehidra Cerrado
Já o Cehidra Cerrado, sediado na Universidade Estadual de Goiás (UEG), recebeu R$ 15 milhões para desenvolver tecnologias que garantam a gestão sustentável dos recursos hídricos. O centro atua com monitoramento da qualidade da água, recuperação de ecossistemas degradados e adaptação dos municípios às mudanças climáticas.
Com núcleos operacionais em São Miguel do Araguaia, Porangatu, Iporá e Quirinópolis, o Cehidra conta com um sistema inovador de mesocosmos, que permite simular ecossistemas naturais em ambiente controlado.
“Precisamos monitorar nossos recursos hídricos para garantir segurança hídrica às futuras gerações”, ressalta o pró-reitor Cláudio Stacheira.
Rede de pesquisa
A Rede HidroCerrado, financiada pela Fapeg e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), investe R$ 3,7 milhões na estruturação de uma rede de pesquisa interdisciplinar para o monitoramento da qualidade da água e mitigação da poluição nas bacias do Meia Ponte e Araguaia-Tocantins.
Estudos já apontaram contaminação em diversos trechos dos rios, o que reforça a necessidade de estratégias eficazes de recuperação.
“Ao compartilhar experiências e recursos, as instituições podem abordar problemas locais de forma mais eficaz e desenvolver soluções inovadoras e sustentáveis”, explica a coordenadora da Rede, professora Samantha Salomão Caramori.
A pesquisa conjunta dessas iniciativas revelou um agravamento da crise hídrica no Cerrado. Entre os 21 pontos analisados no Araguaia, 18 apresentaram queda expressiva na vazão, sendo os meses de agosto, setembro e outubro os mais críticos.
A qualidade da água também piora ao sul do rio, especialmente entre Aruanã e Luís Alves do Araguaia, enquanto há melhora no norte, na Ilha do Bananal. Esses dados reforçam a importância do planejamento ambiental e da criação de políticas públicas baseadas em evidências científicas.
Desenvolvimento
O presidente da Fapeg, Marcos Arriel, destaca que o investimento na segurança hídrica vai além da preservação ambiental, sendo um fator determinante para o desenvolvimento sustentável de Goiás.
“A ciência tem um papel essencial na formulação de soluções concretas para os desafios ambientais. O Governo de Goiás está comprometido em garantir que a pesquisa seja aplicada na proteção dos nossos recursos naturais, assegurando qualidade de vida para a população e um futuro mais sustentável para o Cerrado”, afirma.
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