A exploração sexual de crianças e adolescentes foi bastante discutida, nos últimos dias, em função de declarações da ex-ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, eleita senadora pelo Distrito Federal nestas eleições, Damares Alves (Republicanos). No último sábado (8/10), durante um culto na Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia (GO), Damares fez revelações chocantes sobre diversos crimes e abusos praticados contra crianças e que foram descobertos em sua gestão.
A ex-ministra foi bastante criticada por alguns famosos, e o Ministério Público Federal do Pará (MPF) pediu informações ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos sobre os crimes sexuais contra crianças que foram narrados por ela.
O colunista do UOL, Walter Casagrande, publicou um texto, na terça-feira (11/10), defendendo que Damares “precisa ser impedida e punida”. No artigo, ele apontou que o que a ex-ministra disse, “claramente, são mentiras cruéis, usadas para manipular a cabeça das pessoas”.
A apresentadora Xuxa Meneghel manifestou apoio a uma campanha que pede a cassação da senadora eleita. Nas redes sociais, a Rainha dos Baixinhos compartilhou um abaixo-assinado contra Damares. No texto da campanha endossada por Xuxa, os organizadores lembram da declaração feita pela ex-ministra no último sábado, na Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia, a respeito do tráfico de crianças com fins sexuais, e acusam Damares de ter prevaricado ou mentido aos eleitores.
Na terça-feira, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) emitiu nota a respeito de declarações dadas pela ex-ministra da pasta, Damares Alves (Republicanos-DF). O texto aponta que as informações de Damares foram baseadas em numerosos inquéritos instaurados para apurar uma série de “fatos gravíssimos” praticados contra crianças e adolescentes.
Em um dos momentos de sua fala, Damares relatou uma descoberta da pasta de que crianças entre 03 e 04 anos de idade estavam sendo traficadas para outros países a partir da Ilha de Marajó, no Pará, e que elas tinham seus dentes arrancados para que praticassem sexo oral nos abusadores.
– Fomos para a Ilha de Marajó e lá nós descobrimos que as nossas crianças estavam sendo traficadas por lá (…). Nós temos imagens de crianças nossas, brasileiras, de 04 anos, 03 anos, que quando cruzam as fronteiras, sequestradas, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral. Nós descobrimos que essas crianças comem comida pastosa, para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal – denunciou Damares.
A exploração sexual de menores na Ilha do Marajó já havia sido denunciada, em 2015, pelo bispo Dom José Luiz Azcona. Em entrevista ao Jornal Nacional, da Globo, ele não deu os mesmos detalhes que Damares, mas fez um breve relato do quadro.
– Uma mãe levava uma menina de 10 anos para uma dessas balsas, meninas que se chamam “balseiras” no jargão normal. R$ 2,40 e um pequeno balde com vísceras de porco ou de boi, isso é que vale uma menina em algumas regiões do Marajó – denunciou Dom José.
*Com Informações do -PL