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Fugitivo da Papuda roubou banco em área nobre de Brasília com escopeta

O fugitivo da Papuda tem em seu currículo criminoso ao menos sete roubos a banco. Um deles foi em área nobre do Distrito Federal. Com alto poder bélico, Argemiro Antônio da Silva e seu bando invadiram uma instituição financeira na quadra 410, da Asa Sul.

O grupo criminoso tinha rendido um vigilante e roubado a pistola calibre 38 do funcionário. Mas essa não era a única arma. De acordo com a investigação feita pela Polícia Civil do Distrito Federal, Argemiro portava uma escopeta quando o grupo encapuzado entrou e rendeu quem estava dentro da agência do Banco de Brasília (BRB).

A quadrilha tinha sete pessoas, com divisões elaboradas: uma parte fazia a vigília, outra pegava o dinheiro e outra cuidava dos reféns. Eles saíram na caminhonete de uma das responsáveis pela agência, com alguns na caçamba apontando as armas para as pessoas na rua.  Essa fuga foi filmada por um cinegrafista da TV Globo em 1999, conforme consta na investigação.

Além da arma e do carro, os bandidos levaram R$ 15.500,62 da agência bancária. Os bandidos foram até o Bloco D da 113 Sul, onde deixaram o veículo roubado. A quadra já fazia parte do plano dos criminosos. Eles haviam estacionado ali antes de partir para o local do crime, onde caminharam com as armas nas sacolas que usaram para guardar o dinheiro e o capuz. Ao voltarem para o ponto estratégico, os criminosos saíram nos carros que pertenciam a eles.

Brazlândia e Ceilândia

O caso ocorreu em fevereiro de 1999 e foi apenas o primeiro de Argemiro no Distrito Federal. Ele era um dos líderes naquela armação e continuou como mandante em outros que se sucederam em Brazlândia e em Ceilândia no ano seguinte.

Em Brazlândia, o grupo de Argemiro invadiu a casa do tesoureiro da agência local do Banco do Brasil. No local, a quadrilha anunciou que a ação se tratava de um roubo à instituição e ele deveria levá-los à casa do gerente do banco.

Quando chegaram, o sequestrado informou ao seu superior do assalto ao banco e que todos estavam sob comando da quadrilha.

O tesoureiro, o gerente com sua esposa e seus três filhos foram feitos de reféns dos bandidos do grupo de Argemiro até a conclusão do plano. A abordagem foi às 23 horas.

Por volta das 7 horas do dia seguinte, Argemiro e seu irmão determinaram que os dois funcionários entrassem no carro para se dirigir ao banco. Dois bandidos ficaram no local para fazer a vigilância das famílias.

Os dois sequestrados foram obrigados a abrir a agência e cofre, tirando um valor de R$ 47 mil. Também foi recolhida a fita de filmagem.

No mesmo mês, Argemiro e sua gangue fizeram outro roubo em Ceilândia, quando retiraram R$ 9 mil. No ano seguinte, o atual fugitivo da Papuda ainda roubou uma agência em Padre Bernardo, no Entorno do Distrito Federal.

O crime, no caso, é um roubo a agência do Banco do Brasil de Padre Bernardo (GO), Entorno do DF, em fevereiro de 2001. Na ocasião, Argemiro Antônio da Silva, Francisco Antônio da Silva, José Nilton da Silva e José Hilton da Silva levaram R$ 90 mil em espécie.

O crime aconteceu em 12 e 13 de fevereiro de 2001. Às 21h do dia 12, os “Irmãos Metralha” entraram armados em uma casa onde moravam cinco funcionários da agência bancária e renderam todos eles.

Depois, dois dos bandidos foram até as casas do gerente e da tesoureira da agência e levaram os dois à residência onde as outras cinco vítimas já eram feitas reféns.

Ao todo, foram sete funcionários sequestrados. O grupo passou a noite sob a mira dos criminosos armados. Às 8h30 do dia 13, eles foram até o banco e obrigaram a tesoureira a abrir a agência como se nada estivesse acontecendo. Os ladrões, então, foram até o cofre e colocaram R$ 90 mil em uma caixa.

O gerente foi quem saiu da agência com a caixa na mão. Ele entrou no próprio carro com os valores, e o bando fugiu roubando o veículo do gerente e o dinheiro.

Além de escopetas, uma submetralhadora e um revólver, os irmãos Da Silva utilizaram números de telefone que, segundo as investigações, foram comprados especialmente para o crime, visando despistar as autoridades.

“Novo cangaço”

Conforme o Metrópoles revelou, Argemiro Antônio da Silva comandou ao menos dois roubos a agências do Banco do Brasil de dentro do complexo prisional de Aparecida de Goiânia, em 2018.

Uma das ações levou R$ 1,3 milhão dos cofres de uma agência do BB em Crixás (GO), cidade interiorana com apenas 17 mil habitantes.

No mesmo mês, com fuzil e armas de uso restrito, a quadrilha comandada por Argemiro invadiu outro banco, desta vez em Carmo do Rio Verde (GO), município com 9 mil habitantes. O plano, no entanto, foi frustrado por policiais militares e civis de Goiás que já esperavam o ataque. A ação resultou em três minutos de troca de tiros e na morte de três envolvidos no crime.

Uma investigação policial apontou que Argemiro, vulgo “Costelinha”, era chefe da referida quadrilha de roubo a bancos na época do crime em Crixás. Na época, Argemiro estava detido no complexo prisional de Aparecida de Goiânia por outros delitos. Da cela, orquestrou o assalto à agência do Banco do Brasil do município.

Fuga

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape-DF), a fuga de Argemiro da Papuda foi constatada por volta das 7 horas da última sexta-feira (3/1), em conferência de rotina feita pelos policiais penais.

“Prontamente, a equipe efetuou buscas no perímetro e realizou ocorrência policial, solicitando a perícia da Polícia Civil (PCDF) no local”, informou a Seape em nota.

De acordo com a nota, equipes de recaptura da Polícia Penal estão realizando diligências em todo o Distrito Federal.

Qualquer informação sobre o paradeiro de foragidos do sistema penitenciário deve ser repassada à Polícia Penal do DF pelo telefone (61) 99666-6000, à PMDF pelo 190 e à PCDF no 197. A denúncia é feita de forma anônima.

 

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