O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (21/3) a proibição de entrada no país da ex-presidente argentina Cristina Kirchner, bem como do ex-ministro do Planejamento Julio Miguel De Vido, devido, segundo os americanos, ao “envolvimento significativo” em esquemas de corrupção durante seus mandatos.
Segundo comunicado do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, Kirchner e De Vido “abusaram de suas posições ao orquestrar e se beneficiar financeiramente de múltiplos esquemas de suborno envolvendo contratos de obras públicas, resultando em milhões de dólares roubados do governo argentino”.
Ainda segundo os EUA, “vários tribunais condenaram CFK e De Vido por corrupção, minando a confiança do povo argentino e dos investidores no futuro da Argentina”, diz nota publicada no site da Embaixada norte-americana em Buenos Aires.
“Os Estados Unidos continuarão a promover a responsabilização daqueles que abusam do poder público para ganho pessoal. Essas designações reafirmam nosso compromisso de combater a corrupção global, inclusive nos níveis mais altos do governo”, afirma declaração.
Cristina Kirchner, que governou a Argentina de 2007 a 2015 e serviu como vice-presidente de 2019 a 2023, enfrentou uma série de desafios legais nos últimos anos. Em novembro de 2024, a justiça argentina confirmou sua condenação de seis anos de prisão e à inabilitação perpétua para ocupar cargos públicos, após ela ser considerada culpada de direcionar contratos estatais fraudulentos para um associado durante seu mandato presidencial. Kirchner nega as acusações e pretende recorrer da decisão à Suprema Corte argentina.
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A decisão dos EUA ocorre após pedidos de senadores republicanos, que, em dezembro de 2023, solicitaram ao presidente Joe Biden sanções contra Kirchner por atos de corrupção significativa. Na carta, os senadores destacaram que Kirchner “é uma cleptocrata condenada, que roubou bilhões dos cofres do Estado e permitiu que atores malignos, como a China e o Irã, aprofundassem sua influência corrupta em um aliado dos EUA, a Argentina”.