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“Empresário” com salvo conduto usava lojinha canábica para vender erva

Respaldada pelo chamado salvo-conduto, tipo de habeas corpus preventivo expedido pela Justiça que libera o plantio de maconha e produção do óleo medicinal sem risco de prisão ou processo por tráfico de drogas, uma organização criminosa faturava alto com a venda de maconha e derivados da erva. Cinco traficantes que se escondiam sob o véu da decisão judicial que favorecia um dos criminosos foram alvos de operação desencadeada pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nas primeiras horas desta terça-feira (25/3).

Para potencializar os efeitos nos usuários, os traficantes orientavam até o uso com máscaras, como podem ser vistas no vídeo abaixo:

As equipes cumprem sete mandados de busca e apreensão e cinco de prisão preventiva no Lago Norte, Asa Sul, Asa Norte, Cruzeiro, Sobradinho e Jardim Botânico. O bando usava uma loja de produtos canábicos —  com o suposto intuito de atender pessoas interessadas em tratamentos médicos e terapêuticos com a cannabis — para traficar flores de maconha, haxixe e montar um tipo de “kit degustação” e enviá-los pelos Correios para usuários de todo o país.

Veja traficante despachando pelos Correios:

Além do tráfico de drogas exercido pela organização criminosa, os investigadores mapearam a prática dos crimes de lavagem de dinheiro, a difusão do plantio de maconha e crimes ambientais em prejuízo dos ecossistemas brasileiros, já que sementes são introduzidas na flora brasileira sem as cautelas de praxe dos órgãos de fiscalização. O grupo criminoso, que mantinha diversas plantações de maconha no DF, difundia sementes e drogas não apenas para o Distrito Federal como também para outras unidades da Federação, como Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás.

Lavagem de dinheiro

A investigação verificou que a organização criminosa se especializou no cultivo de clones da erva e na produção de haxixe, distribuindo para alguns estados do país, drogas e os clones, além de ensinar técnicas de produção, contando com plataformas digitais para a divulgação do empreendimento criminal. O Grupo investigado, para ocultar suas ações criminosas e ludibriar os órgãos de controle, usava diferentes empresas e valia-se de decisão judicial que permitia o cultivo para fins medicinais de plantas de canabis.

O mercado ilícito conduzido pelo grupo era responsável, também, pela difusão de sementes de maconha para diferentes estados do país, contando com grandes estruturas de plantio de plantas de maconha para a produção de diferentes derivados, algumas espécies com grande teor de THC, com o potencial de causar overdose em quem as consome.

A empresa criminal instituída pelos investigados fornecia diferentes derivados de maconha, formação para terceiros produzirem as drogas, sementes de diversas espécies de alto valor agregado, clones da erva, utilizando-se de lavagem de dinheiro para ocultar a origem dos ganhos. Para isso, usavam pessoas jurídicas por eles administradas para a colocação, ocultação e integração dos recursos provenientes do mercado ilícito por eles desenvolvido.

 

Crimes ambientais

O empreendimento criminoso cometeu também graves crimes ambientais com a disseminação de espécies exóticas que podem comprometer o meio ambiente e o agronegócio, além de desrespeitar regras legais que disciplinam a produção e distribuição de sementes. .

Relevante pontuar que os imóveis utilizados para o cultivo de maconha, por ordem da Constituição Federal, devem ser expropriados, perdidos para programas de habitação e reforma agrária. A operação em andamento busca impedir esses graves danos à sociedade do Distrito Federal e brasileira. Os alvos da operação podem ser condenados a até 50 anos de reclusão.

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