O dólar fechou esta terça-feira (12/11) beirando a estabilidade, com uma leve alta de 0,01%, a R$ 5,76. A moeda americana segue no compasso de espera do pacote de cortes de gastos prometido pelo governo federal.
Pela manhã, o dólar chegou a indicar uma alta maior, sobretudo após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Mas, no fim do dia, a moeda perdeu força.
O BC elevou a Selic, taxa básica de juros, em 0,50 ponto percentual, levando-a ao patamar de 11,25% ao ano. Na ata, os membros do Copom sinalizaram que continuam comprometidos com o combate à inflação e que podem subir mais os juros. O mercado segue ainda à espera da divulgação das medidas de cortes de gastos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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A data de anúncio das medidas, com posterior encaminhamento ao Congresso Nacional, está a cargo do Palácio do Planalto. As medidas, que dependerão de aprovação dos parlamentares, estão sendo preparadas pela Casa Civil, de acordo com o ministro Fernando Haddad.
Hoje, militares da ativa e da reserva se queixaram da possível inclusão do Ministério da Defesa entre as pastas alcançadas pelas medidas de corte de gastos. Um dos queixosos foi o senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que é general da reserva. Pelas redes sociais, ele afirmou que o governo quer “atacar” o Sistema de Proteção Social dos militares.
Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), os custos com os militares que estão na reserva ou reformados são maiores que os custos com aposentados dos regimes da Previdência. No setor privado, o déficit per capita é de R$ 9,4 mil; entre servidores públicos civis ele é de R$ 69 mil e entre os militares, R$ 159 mil.
Ibovespa
O Ibovespa fechou a terça-feira em baixa de 0,12%, aos 127.716 pontos. Com o resultado, o índice acumula perdas de 1,42% no mês e um
recuo de 4,70% no ano. O destaque ficou com as ações da Vale, que passam por nova rodada de ajustes hoje. Por volta das 17h os papéis apresentavam queda de 2,42%, a R$ 57,25.
Tanto o dólar quanto a bolsa sentem ainda os efeitos da eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos. As medidas que o novo chefe de Estado quer impor na maior economia do mundo podem ter efeito inflacionário e pressionar por novos aumentos de juros por parte do Federal Reserve (Fed).