Uma investigação revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) planejava manifestações que iam além de reivindicações pacíficas, envolvendo armas, coletes balísticos e radiocomunicadores. Esses equipamentos, apreendidos pela polícia, estavam ligados a um esquema coordenado pela facção criminosa em parceria com a ONG Pacto Social e Carcerário, usada para promover atos judiciais e populares com base nos interesses da organização criminosa
No início de dezembro de 2023, os integrantes do PCC identificado como Michael Douglas Anjos Coelho de Oliveira e Luan Vitor Siqueira de Jesus, foram presos em São José dos Campos (SP) com um arsenal que incluía armas de fogo, coletes à prova de balas, radiocomunicadores e banners que seriam usados durante as manifestações. Segundo a polícia, o material fazia parte de uma estratégia para criar instabilidade e ameaçar autoridades.
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Os banners apreendidos continham frases de ordem que seriam exibidas nos protestos organizados pela ONG Pacto Social e Carcerário. Paralelamente, conforme a coluna revelou, manuscritos encontrados em uma cela na Penitenciária de Presidente Venceslau revelaram que a facção planejou ataques a agentes públicos, mencionando diretamente uma “resposta de sangue” contra o que chamavam de “tiranos”.
Os documentos apreendidos incluíam:
• Ataques coordenados: a facção previa executar três alvos específicos, considerados responsáveis pela “opressão” contra detentos.
• Divisão de tarefas: os manuscritos detalhavam funções específicas para integrantes da facção, desde o transporte de armas até a organização das manifestações.
• Financiamento oculto: embora a ONG Pacto Social e Carcerário não apresentasse movimentação financeira visível, investigações apontam que os custos das manifestações, como aluguel de equipamentos e materiais, eram financiados pela cúpula do PCC.
Execução logística
Além do material bélico, a polícia identificou envolvidos responsáveis pela logística das manifestações, incluindo Eric de Souza Santos e Agatha Aparecida Azevedo Silva, que atuavam como intermediários no aluguel de veículos, banheiros químicos e na distribuição dos banners.
Operação Scream Fake
Nessa terça-feira (14/1), o Gaeco, em parceria com a Polícia Civil, deflagrou a operação Scream Fake, que resultou na prisão de 12 pessoas, incluindo líderes da ONG e advogados ligados ao PCC. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em várias cidades do estado de São Paulo e no Paraná.