Um caso brutal de tortura foi revelado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul após a prisão temporária, na quinta-feira (27/3), de um homem, de 42 anos, acusado de manter seu funcionário em cárcere privado e submetê-lo a uma sessão de violência extrema. O crime ocorreu em um ferro-velho localizado no bairro Scharlau, na região central de Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre.
A vítima, um homem, de 49 anos, que trabalhava há cerca de seis meses para o suspeito, foi surpreendida na manhã de 22 de março, ao chegar para trabalhar. Segundo a investigação da 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, ele foi imobilizado, algemado e acorrentado. A partir de então, foi submetido a mais de oito horas de tortura.
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Os relatos e evidências apontam que o agressor utilizou um maçarico para queimar os cabelos da vítima, despejou água fervente em suas costas, causando queimaduras de segundo grau, e aplicou choques elétricos. A sessão de violência incluiu, ainda, a perfuração dos joelhos com uma furadeira elétrica e, de forma ainda mais cruel, a vítima foi obrigada a decepar parte do próprio dedo com um alicate.
A cena de tortura teria sido presenciada por duas pessoas próximas ao suspeito: a namorada e a mãe dele. Ambas são alvos da investigação. A companheira é considerada suspeita por, supostamente, ter presenciado os atos e não interferido. Já a mãe, tratada inicialmente como testemunha — com a ressalva legal de que não é obrigada a incriminar o filho.
A vítima conseguiu escapar após usar o mesmo alicate com que foi forçada a se mutilar para cortar as correntes. Ele procurou a ex-companheira e, posteriormente, recebeu atendimento médico. O caso foi prontamente comunicado às autoridades, que iniciaram as investigações.
Durante buscas no imóvel do suspeito, a polícia encontrou os instrumentos utilizados na tortura e apreendeu também uma arma de fogo do tipo garrucha. Há suspeita de que o agressor tenha filmado a sessão de tortura, razão pela qual foi solicitado à Justiça a quebra do sigilo do telefone celular do suspeito.