Marcada para o dia 7 de julho, a eleição interna do PT de Lula para escolha do novo presidente e demais dirigentes do partido nas esferas nacional, estadual e municipal já começou a causar polêmica nos bastidores.
Segundo apurou a coluna, membros de algumas correntes internas do PT, como Construindo um Novo Brasil (CNB), têm defendido o fim do voto direto durante o Processo de Eleições Diretas (PED), como a eleição é chamada.
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Pelas regras atuais, o PED prevê que qualquer filiado do PT pode votar para eleger os dirigentes do partido. Com o fim desse modelo, a eleição seria indireta, com apenas parte dos filiados votando.
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Segundo petistas ouvidos pela coluna, o tema deve ser discutido em reunião da direção do PT marcada para fevereiro, antes do aniversário da sigla, que será comemorado no Rio de Janeiro.
Dirigentes do PT contrários à mudança já cogitam levar o assunto para a Justiça. “Um partido que defende tanto a democracia não pode deixar de cumprir o próprio estatuto”, diz uma liderança petista, sob reserva.
Mudança poderia interferir na eleição
Na avaliação de integrantes do PT, o fim da eleição direta tem potencial para interferir no resultado do pleito. Hoje, Lula trabalha para que o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva seja eleito presidente da sigla.
Como noticiou a coluna, com a possível ida da atual presidente do PT, Gleisi Hoffman, para o governo Lula, o deputado José Guimarães (CE) deve assumir interinamente o comando da legenda até a eleição de julho.
De acordo com petistas, uma possível mudança nas regras do PED pode fazer com que Guimarães consiga ser eleito para um mandato efetivo no comando do PT, desbancando Edinho.